Este artigo procura analisar como ficou a prática do budismo na sede do Via Zen depois do inicio da quarentena. É possível praticar o zen à distância?
Vamos analisar uma por uma as principais práticas do zen.
Mas antes vamos ver como a proximidade física nos afeta. Na maior parte da nossa história vivemos em tribos em que a proximidade física era constante. Como facilitador de Biodanza pude ver na prática como isto nos afeta e como nos faz bem. Só ficar em roda em volta de um fogo, sem mais nada nos faz bem. Nos sentimos em segurança, acolhidos e com uma sensação de bem estar.
Estas observações valem para todas as práticas.
ZAZEN - O zazen presencial se enquadra nisto. Mas o zazen não é só um encontro de pessoas. Ele é muito mais. Sua prática transcende o simples encontro. Por isto, mesmo no fundo de uma caverna, como Bodidarma fazia, ele ainda é zazen. Esta além do pensar e do não pensar, além do sentir. Um Buda se junta aos outros e os ajuda por compaixão, não por necessidade.
Mas a maioria das pessoas ainda sente um pouco este distanciamento. Por isto sentem uma diferença entre o zazen presencial e o virtual. Mas a tecnologia nos permite abrandar muito isto ao permitir que possamos nos comunicar ao mesmo tempo. Antigamente teríamos que combinar uma hora e supor que todos estariam em zazen naquela hora, cada um controlando o seu tempo. Hoje podemos ver as pessoas que estão praticando junto conosco. Talvez seja uma boa ideia não desligar as câmeras durante o zazen. Deste modo podemos ver pelo menos algumas pessoas ali imóveis junto conosco. Creio que isto ajudaria.
KINHIN – Para o kinhin vale o mesmo que para o zazen.
CERIMÔNIAS – O praticante pode ver os oficiantes. Mas fica mais difícil cantar sutras em casa se tiver mais gente ou o espaço for pequeno. Também fica mais difícil recitar os sutras em conjunto. Mas é perfeitamente possível e a diferença é pequena.
SAMU – fazer na própria casa é diferente de fazer numa área comunitária com todo mundo junto. Aqui também, se fosse possível posicionar a câmera de modo a mostrar as pessoas trabalhando daria uma sensação maior de união, uma sintonia maior.
Todos tem que estar atentos ao toque do sino que indica o fim do samu. Parar na hora e juntos é importante.
Também seria interessante se todos pudessem fazer a mesma tarefa (limpar banheiros, varrer...) Talvez até fazerem o mesmo almoço! Com um cardápio próprio para o sesshin.
PALESTRAS DARMA – é o que tem menos diferença. É perfeitamente possível ver/ouvir o palestrante virtualmente
Para encerrar devemos lembrar uma característica importante da prática virtual. Ela traz mais gente do que a presencial.
Então, o zen vai continuar mesmo sem a prática presencial e é perfeitamente possível pratica-lo virtualmente.
Quando terminar a quarentena certamente devemos continuar com as práticas virtuais em conjunto com as presenciais.
Em gasshô
Dozen Muni
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